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domingo, 16 de junho de 2013

Candidíase hematogênica

Existem várias evidências e trabalhos que sugerem que a infecção da corrente sanguínea por Candida é um grande problema na maioria dos hospitais em todo o mundo. A candidemia é observada particularmente entre pacientes hospitalizados por longos períodos que são expostos a antibióticos, terapias imunodepressivas, nutrição parenteral, e procedimentos invasivos múltiplos. A fungemia por Candida é geralmente difícil de diagnosticar, o tratamento é de alto custo e existe uma alta taxa de mortalidade. Dentre as manifestações clínicas, a febre é a mais comum, porém as infecções podem tomar diversas formas e localizações (septicemia, pneumonia, endocardites, artrite, osteomielites, miosites, peritonites, meningites, dentre outras). Em 2006, Sandven et al.142, em um estudo entre 1991 e 2003, na Noruega, com um total de 1.415 casos de candidemia, encontraram C. albicans, 69,8%; C. glabrata, 13,2%; C. tropicalis, 6,7%; C. parapsilosis, 5,8%; C. krusei, 1,6%; C. dubliniensis, C. guilliermondii e C. norvegensis com 0,6% cada; C. kefyr, 0,5% e outras espécies (C. blankii; C. inconspicua; C. lusitaniae; C. sake e C. sphaerica) que juntas alcançaram 0,5%. O estudo ainda mostrou que os pacientes mais acometidos eram os com menos de 1 ano de vida e aqueles com mais de 60 anos.
Há variações geográficas significativas no padrão etiológico de infecções invasivas por Candida spp. documentadas em diferentes países. Enquanto na América do Norte se nota o predomínio de C. glabrata entre as espécies não albicans, na América do Sul observa-se predomínio de C. parapsilosis e C. tropicalis.
Nos últimos 10 anos, alguns estudos têm reportado uma mudança na etiologia das candidemias. Enquanto a C. albicans é ainda considerada a espécie mais comum causadora de candidemias, o aumento das taxas de candidemia por C. tropicalis, C. parapsilosis, C. glabrata e C. krusei é mencionado em todo o mundo. A razão para a emergência de espécies não albicans não está ainda completamente entendida, mas algumas condições médicas podem possuir impacto no risco de se desenvolver a candidemia por estas espécies. Enquanto a C. parapsilosis é responsável por candidemias não albicans mais frequentes em uso de cateteres e nutrição parenteral, C. tropicalis está mais associada a câncer e pacientes neutropênicos, e C. krusei e C. glabrata estão mais associadas à prévia exposição de azólicos.
Tratamento com antibióticos de amplo espectro, quimioterapia para o câncer, formação de biofilmes, transplantados, uso de cateteres, alimentação parenteral, colonização do trato digestivo, neutropenia, HIV, dentre outros, são alguns dos fatores predisponentes a fungemia por espécies do gênero Candida.
O isolamento de espécies do gênero Candida do sangue não é somente uma das dificuldades envolvidas no diagnóstico da infecção, culturas sanguíneas são, todavia, frequentemente negativas em pacientes com infecções sistêmicas por leveduras. Diversas espécies de Candida isoladas do sangue possuem um padrão de sensibilidade à anfotericina B e ao fluconazol, dois antifúngicos mais comuns no tratamento da infecção invasiva por Candida. A maioria das espécies de Candida é sensível a anfotericina B (associada ou não a 5-fluorocitosina). O fluconazol também é ativo contra a maioria das espécies de leveduras, porém existem algumas exceções como os isolados de C. krusei e C. norvegensis, que são resistentes, e alguns de C. glabrata, que possuem a sensibilidade reduzida. A correta identificação da espécie e a prova de suscetibilidade para antifúngicos são informações necessárias no que se refere à provável sensibilidade no tratamento das candidemias.